Dia Internacional da Mulher: veja as atrizes que simbolizam esta data no cinema

Neste sábado, dia 08 de março, comemora-se o Dia Internacional da Mulher. Há várias histórias sobre a origem da comemoração. A primeira delas afirma que foi uma forma de homenagear funcionárias queimadas dentro da indústria que trabalhavam, em Nova York, por terem organizado uma greve nesta data para reduzir a carga horária do trabalho. Entretanto, para a socióloga da Universidade de São Paulo (USP), Eva Alterman Blay, isso não aconteceu no dia 8, mas em 25 de março de 1911. Na segunda história, em 8 de março de 1917 ocorreu uma greve das operárias da indústria têxtil contra a fome, o czar Nicolau II e a participação do país na Primeira Guerra Mundial. Essa manifestação contribuiria para o início da Revolução Russa, em fevereiro (março, pelo calendário gregoriano) de 1917.

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Apesar dessas dois casos emblemáticos, a Organização das Nações Unidas só adotou o 8 de março como o Dia Internacional da Mulher em 1977. A data a é lembrada pelos avanços da mulher, da luta para ter direitos iguais aos homens e pela lembrança daquelas que lutaram por um mundo mais justo.

Em homenagem a esta data, a equipe d’O Chaplin fez uma dificílima seleção de atrizes da indústria cinematográfica que têm ou tiveram esse espírito transgressor, ocasionando impactos no cinema, algumas delas ainda têm o bônus de acumularem uma forte participação sociopolítica. Confira a lista:

Meryl Streep

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Meryl Streep tem 64 anos e estreou nas telonas com o filme “Julia”, em 1977.  Ela também é conhecida pelos filmes “Kramer vs. Kramer” (1979), “O Diabo Veste Prada” (2006), “Mamma Mia” (2008) e, mais recentemente, “A Dama de Ferro” (2011), pelo qual ganhou o Oscar como a ex-primeira-ministra do Reino Unido, Margareth Tatcher. Além de seu brilhante talento (podendo interpretar diversos tipos de pessoas e fazer vários sotaques), ela revolucionou a indústria cinematográfica devido a alcunha de ser uma das atrizes mais premiadas e indicadas de todos os tempos. Meryl Streep já recebeu 18 indicações ao Oscar, vencendo três vezes. Também recebeu 28 indicações ao Globo de Ouro, tendo conquistado oito estatuetas.

Meryl tem forte papel social, uma vez que é uma das fundadoras do “Mothers e Others”, projeto que defende a proteção da saúde infantil.  Também apoia o Centro para Saúde e Meio Ambiente Global de Havard e doou seu cachê de “A Dama de Ferro” para o National Women’s History Museum.

Marilyn Monroe

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Norma Jean Mortenson ficou conhecida mundialmente como Marilyn Monroe. Apesar de sua morte ter acontecido há mais de 50 anos, sua figura é uma das mais lembradas em todo mundo, por causa da sua beleza, vinda de seus cabelos loiros e corpo curvilíneo. Numa época em que usar a sensualidade ainda era um tabu, a atriz fez com que muitas mulheres alterassem essa visão. Monroe iniciou sua carreira como modelo, começou a atuar no cinema em papéis pequenos. É conhecida pelas películas “Torrente da Paixão” (1953), “Como agarrar um Milionário” (1953) e “O Pecado Mora Ao Lado” (1955), famoso pela cena do metrô. Ela ganhou um Globo de Ouro de melhor atriz com “Os Homens Preferem as Loiras” (1953). As cenas de seus filmes se tornaram ícones da cultura popular, e inspiraram outras produções cinematográficas.  Também é lembrada pelos seus casos amorosos, incluindo o ex-presidente dos Estados Unidos, John Kennedy.  No âmbito social, Monroe foi uma defensora dos direitos humanos e da paz. No período do Macartismo, ela chegou a ser perseguida pelo FBI devido às supostas ligações com o comunismo. Marilyn morreu aos 36 anos e até hoje não se sabe quais foram exatamente as causas.

Audrey Hepburn

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Audrey Hepburn nasceu na Bélgica e estrelou diversos filmes, entre eles “Bonequinha de Luxo” (1961) e “A Princesa e o Plebeu” (1953), filme que lhe rendeu o Oscar de Melhor Atriz. Foi a terceira mulher a conseguir ganhar as quatro principais premiações do entretenimento norte-americano: Emmy, Grammy, Oscar e Tony. Seu corpo alto e magro redefiniu o conceito de elegância entre a década de 1950 e 1960. Também ditou tendências da moda (como o Little Black Dress, em “Bonequinha de Luxo”), graças aos elegantes trajes dos filmes em que ela participou. Assim, levou o nome de Givenchy pelo mundo. E, por causa disso, influencia diversos estilistas até hoje. Já trabalhou como Embaixadora de Boa Vontade da Fundação das Nações Unidas para Infância (Unicef).

Rita Hayworth

1952: Promotional portrait of American actor Rita Hayworth (1918 - 1987) wearing a strapless dress for director Vincent Sherman's film 'Affair in Trinidad'.

Conhecida pelos filmes “A Dama de Xangai” (1947) e “Gilda” (1946), Rita Hayworth é um dos rostos marcantes e um dos primeiros símbolos sexuais do cinema. Revolucionou a história do cinema em “Gilda”, pois uma das cenas mais conhecidas foi o strip-tease, na qual ela tira apenas a comprida luva de um dos braços, o que era considerado ousado demais na década de 194o. Foi nesse filme que surgiu a expressão “Nunca Houve Uma Mulher Como Gilda”. A atriz faleceu por causa das complicações da doença de Alzheimer, em 1987.

Fernanda Montenegro

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A carioca Fernanda Montenegro começou sua carreira como atriz na década de 1950, porém só foi vista nas telonas 10 anos depois, graças ao filme “A Falecida” (1965), baseada na obra de Nelson Rodrigues. Revolucionou a indústria cinematográfica não só do Brasil, mas também na América Latina, por ter sido a primeira atriz latino-americana e a única brasileira já indicada ao Oscar de melhor atriz por seu trabalho em “Central do Brasil” (1999), mas perdeu para a atriz Gwyneth Paltrow. É conhecida pela sua brilhante atuação no cinema, teatro e televisão. Recentemente, ela ganhou o Emmy pelo seriado “Doce de Mãe” (2012). Fernanda também fez críticas ao então presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, pastor Marco Feliciano, por suas críticas aos homossexuais.

Hattie McDaniel

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Hattie era filha de um pastor e ex-escravo com uma cantora gospel. Começou a carreira de artista como cantora e ingressou ao cinema em 1930, porém seu nome não era creditado. Por causa dos preconceitos daquela época contra atrizes afro-americanas, ela passou muito dos vinte anos de sua carreira interpretando empregadas, que culminou em muitas críticas vindas da comunidade negra. Foi por um papel do tipo, o de Mammy em “E o Vento Levou” (1939), que ela recebeu o Oscar de melhor atriz coadjuvante. Foi a primeira negra a receber tal honra. Também foi a primeira negra a ir à cerimônia de entrega dos prêmios Oscar como convidada. McDaniel morreu aos 57 anos de idade.

Marlene Dietrich

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Marlene Dietrich nasceu na Alemanha, mais precisamente em Berlim. Dietrich fez escola de Artes Cênicas e participou de filmes mudos até 1930. Estreou no teatro aos 23 anos. Foi descoberta pelo diretor austríaco Josef von Sternberg, que a convidou para protagonizar o filme “Der Blaue Engel” (1930), lançado no Brasil como “O Anjo Azul”. Ela popularizou o uso da calça em mulheres, na década de 1920. Antes, a vestimenta só era usada pelo público masculino. Outros filmes conhecidos dela são “Marrocos” (1930) e “O Expresso de Shangai” (1932). Foi convidada pelo füher Adolf Hitler para protagonizar filmes a favor do nazismo, entretanto não aceitou a proposta e se tornou cidadã americana. Durante a Segunda Guerra Mundial, Marlene foi ao encontro das tropas aliadas, onde cantava para divertir os soldados. Na década de 1950, ela começou a se apresentar em espetáculos na cidade de Las Vegas. Em 1961, Marlene protagonizou um filme que quebraria barreiras e chocaria o mundo com um assunto que ainda assustava. O filme era “Julgamento em Nuremberg”, que tratava do holocausto, do nazismo, e do tumultuado julgamento que condenou os grandes líderes nazistas.

Bette Davis

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Conhecida pelos personagens antipáticos e seu rosto expressivo, Bette Davis conseguiu realizar muitas conquistas na profissão de atriz. Foi a primeira mulher a ser presidenta da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, ganhou o Oscar de Melhor Atriz duas vezes e foi a primeira pessoa a receber dez indicações da Academia. Uns dos filmes mais lembrados em que ela atuou são “Jezebel” (1938) e “A Malvada” (1950).

Claudia Cardinale

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Nasceu na Tunísia, porém migrou para Itália quando ainda era jovem. A premiada atriz iniciou no cinema após ganhar um concurso de beleza em 1957. Seu primeiro filme foi “Goha” (1958).  Fez alguns filmes nos Estados Unidos, porém não queria deixar a Europa. Os seus filmes nas terras de Hollywood são “A Pantera Cor-de-Rosa” (1963), “Circus World” (1964) e “The Hell With Heroes” (1968). Claudia Cardinale é conhecida por ter atuado em grandes filmes italianos, como “8 e 1/2” (1964, dirigido por Federico Fellini) e “Leopardo” (1963). Tem tendências socialistas e sempre está envolvida em questões das mulheres e dos homossexuais.

Brigitte Bardot

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Uma das mulheres mais bonitas na década de 1960, Brigitte participou do conservatório de dança e música de Paris na década de 1930. Começou a trabalhar com modelo aos 15 anos. Estampou seu rosto em uma das capas da revista Elle e chamou a atenção do cineasta Roger Vadim, que mostrou a capa da revista ao cineasta e roteirista Marc Allégret, de quem Brigitte recebeu um convite para um teste de filme que não acabou sendo realizado, mas que foi um pontapé para o começo de sua carreira como atriz. Estreou no cinema aos 17 anos no filme “Le Trou Normand” (1952). Em seu segundo filme, suas cenas de biquíni fizeram com que seu pai, um industrial da alta burguesia francesa, recorresse à Justiça para impedir que as cenas fossem levadas ao cinema. Participou de filme de diretores importantes, como Jean-Luc Godard e Henri-Georges Clouzot. Além disso, foi uma atriz com grande reconhecimento, sem precisar trabalhar fortemente em filmes americanos. Atualmente, ela largou a carreira de atriz e é uma importante ativista política, defendendo os direitos dos animais.

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Lara Paiva
Natalense, jornalista, gosta de música, livros e boas histórias desde que se entende por gente. Também tem uma quedinha pela fotografia.
Lara Paiva

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Natalense, jornalista, gosta de música, livros e boas histórias desde que se entende por gente. Também tem uma quedinha pela fotografia.

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