A música brasileira, desde os seus primórdios, se renova com o passar dos anos. Todo ano temos novos artistas, do Norte ao Sul, que trazem uma sonoridade diferenciada para os ouvidos. Não foi diferente quando, ao final de 2018, início de 2019, Eduarda Bittencourt se tornou a “rainha da sofrência pop”. Contudo, não foi com seu nome de batismo que ela se tornou esse fenômeno, mas sim sob a alcunha de Duda Beat.
Duda Beat é muito inspirada pelo ‘manguebeat’, ritmo criado em Recife em 1991 que mistura outros gêneros nacionais como o maracatu, o rock, o hip-hop e a música eletrônica. Por sua vez, o ritmo recifense surge como forma de protesto ao eixo musical da época, além de trazer críticas com toques ácidos à situação socioeconômica da capital de Pernambuco.
Tendo em vista a inspiração de Eduarda em seu nome artístico, ela lança seu primeiro álbum, ‘Sinto Muito’, em 2017, misturando de tudo. E no decorrer do trabalho, o principal assunto é sobre desilusões amorosas. O grande ponto de encontro dentro das músicas é que são situações possíveis para todo e qualquer público.
Para o seu primeiro trabalho, Duda passeia livremente no Tecnobrega, no Pop, MPB e aterrissa com maestria dentro de um dos movimentos musicais mais importantes do país, a Tropicália. O que impressiona é a facilidade na absorção musical de cada letra cantada e composta por ela, pois na segunda vez que escutei já tinha praticamente todas as letras de cabeça.
Atualmente, ela possui cerca de 1,4 milhões de ouvintes só no Spotify, 121 mil inscritos em seu canal oficial no YouTube e 302 mil seguidores no Instagram. No entanto, a artista não está livre de polêmicas. No ano passado Duda decidiu fazer uma versão de ‘High by the beach’ da artista norte-americana Lana Del Rey, porém foi proibida de reproduzir essa música em plataformas de streaming e cantar em seus shows. Atualmente o processo ainda continua, porém a música está disponível no Youtube com diversos comentários clamando para Lana liberar a versão com título ‘Chapadinha’.
Em 2019, a artista já lançou um total de cinco singles, sendo um deles uma versão remixada de ‘Bixinho’. Além disso, participou da música ‘Xanalá’, de Gabi Amarantos; ‘Sobrou Silêncio’, de Rashid; e do EP ‘Nada ficou no lugar’, de Adriana Calcanhoto. Dentro dos lançamentos deste ano ‘Chega’ e ‘Meu Jeito de Amar’ são as minhas músicas preferidas (tenho colocado no modo repeat constantemente). Com uma pegada swingada, influências do pop e do pagode baiano, Duda traz consigo letras divertidas com uma força magnética.
Caso você tenha a oportunidade de ir ao um show de Duda Beat, vá! Duda tem muita presença de palco e o tempo todo conversa com o público, para que eles participem do seu show de sofrência com diversão! Na época, eu fiquei satisfeitíssimo com o show, no qual ela cantou as músicas do seu trabalho de 2017. Ela ainda adaptou algumas faixas para um pé de serra, deixando o clima ainda mais animado.
Jornalista em formação, fluente em baianês e musicalmente conduzido no dia a dia