Eniac Music Festival: Energética, banda Dec 04 foge da mesmice

Dec 04 no Eniac Music Festival
Dec 04 no Eniac Music Festival

Esqueça o que é politicamente correto, coloque o melhor do rock dentro de um caldeirão e faça disso uma mistura boa, o resultado é: Dec 04. Se tentar comparar com Muse, perceberá que tem algumas coisas diferentes, se tentar comparar ao Coldplay, perceberá que tem mais sons de guitarra que o Cold, se tentar comparar ao The Strokes, perceberá que terá algo diferente na voz. Se comparar ao The Killers, vai perceber que tem elementos demais de rock. Essa mistura encantou e fez fãs no primeiro dia de festival: a banda encerrou a noite com chave de ouro. Trouxe o rock orgânico, como muito bem pontuou Bruno Figueiredo da banda Savant Inc. Se as pessoas naquele auditório estavam empolgadas com os sons de Demoroots, se surpreenderam com a entrega e a paixão que cada um daqueles integrantes demonstrou em cima do palco. Abriram mão de um show certo, para realizar um show com a alma. “Se o seu dia hoje não foi lá essas coisas, com certeza amanhã será melhor, afinal doze giros no ponteiro evita o que podia ser melhor”, é assim que a banda melhor se define, com o seu próprio refrão. Mistura boa de ritmos que vão do rock ao pop, transmitindo o recado.

O Chaplin: O que vocês sentiram e acharam do festival? O que foi mais positivo?

Icaro Mortatti: O que posso destacar é que achei ótimas a organização e a receptividade do evento, fomos muito bem recebidos. O carinho e a atenção da equipe de recepção foi muito legal, a vibe do lugar, você participar de um torneio de bandas e conseguir perceber um clima familiar… Consegue perceber que não é um trabalho somente nosso, mas é um trabalho da produção do Eniac, que é um trabalho de conclusão de módulo das pessoas. Você percebe uma dedicação, um carinho. Acho que é esse o clima, essa expectativa de que as coisas têm que dar certo e estão dando certo porque está acontecendo naturalmente.

Renato Pascoal: E tem coxinha!

O Chaplin: Como foi encerrar o evento? Vocês têm um som diferente, que lembra The Killers, Strokes e ao mesmo tempo não, porque colocam elementos próprios, deixam a música mais abrasileirada, o que torna o som muito mais interessante ao público, cantando em português.

Icaro Mortatti: Pra gente, encerrar um evento assim é uma expectativa, porque não ouvi as outras apresentações, então eu não tinha retorno do que estava acontecendo. O Italo falou assim: “o negócio foi longe, a gente tem que arrebentar”. A expectativa foi essa. Pontuando sobre a musicalidade, a gente enxerga isso como a entidade musical que a gente já buscava, que a gente vinha adquirindo. Porque é muito fácil você parecer, você ser rotulado como uma banda, rotulado como outra, mas quando você vai somando suas experiências e faz o seu som, acho que o que a gente busca é uma coisa nossa. Quanto ao meu timbre, quanto a minha voz, eu largo um pouco mão do que é politicamente correto, acho que tem que cantar com a alma. Aquilo que é muito afinadinho, que é muito colocado… busco o que passa emoção. Acho que às vezes é o rouco, é a voz mais alterada, é isso que toca as pessoas. É uma coisa que eu tento trabalhar um pouco em mim. Dá um pouco de insegurança, você está arriscando, você pode escapar uma nota, tem que ter riscos.

O Chaplin: Os guitarristas possuem estilos diferentes de tocar…

Icaro Mortatti: É legal essa diferença entre as duas guitarras, duas personalidades na banda, ainda mais a Paula (guitarra) sendo menina, dá um toque feminino. O resultado é DEC 04. A gente tem buscado isso, isso que soma.

O Chaplin: A banda dá espaços para cada um, desde o vocal, a guitarra feminina, cada um teve a sua abertura. O Icaro não se mostrou estrela, isso cativou o público.

Icaro Mortatti: A gente tem muito isso na banda, eu não sou estrela, a banda não é minha. Não sou eu que mando na banda, cada um tem a sua importância, a banda é nossa. Na produção de música, na composição… às vezes “dá treta”, porque um quer uma coisa e o outro quer outra. A banda consegue se harmonizar, a democracia sempre vence – infelizmente, às vezes – isso soma muito pra gente.

O Chaplin: Há uma amizade e uma parceira muito forte entre vocês da banda. Quando vocês começaram a tocar?

Icaro Mortatti: Eu e meu irmão, Lucas (guitarrista), somos gêmeos, desde que nascemos. Renato, desde pequeno, faz uns 10 anos. O Ítalos e a Paula há uns 5 anos.

Renato Pascoal: Nós tocamos pela primeira vez em 2007.

O Chaplin: Vocês conseguem pegar um pedaço de cada coisa e funciona…

Icaro Mortatti: A gente busca quebrar o método de produção de música. Sempre tem um padrão, uma maneira, de “ter que ser” assim. Tem verso, refrão, pré-refrão, refrão, verso, refrão, refrão. A gente tenta quebrar um pouco isso, porque ninguém vive de mesmice, as coisas acontecem, a rotina muda, os acontecimentos mudam. Isso é o nosso principal foco, a gente não gosta muito de falar sobre relacionamento, amor, nas músicas. Porque não é somente disso que é feita a vida, você vai trabalhar, pega ônibus lotado, você tá desanimado, você briga com a sua esposa. A vida é composta disso, a gente tenta relatar um pouco mais isso nas nossas músicas, é o que tem saído.

O Chaplin: Quais são as influências de vocês?

Italo Spioni: Bastante Los Hermanos, Maroon 5, Artic Monkeys. O Renato trás bastante influência, ele sempre tá apresentando um som diferente, muito Green Day, Foo Fighters e McFly.

Renato Pascoal: Eu gosto muito de música nacional: Charlie Brown, Forfun. Curto pra caramba, valorizo muito o cenário nacional. Eu ouço muito mais músicas nacionais do que internacionais.

Imagem de divulgação da banda Dec 04
Foto de divulgação da banda Dec 04

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Matheus Geres
Analista de Sistemas, nas horas vagas web designer, estudante de Sistemas de Informação, apaixonado por Tecnologia, Informática, videogames, rock n’ roll, boa música, teatro, cinema, gibis e quadrinhos. Se um sorriso resolvesse todas as coisas, seria uma pessoa muito bem resolvida com a vida. Além disso, Cristão por escolha e amor, amante das pessoas e do calor humano.
Matheus Geres

Matheus Geres

Analista de Sistemas, nas horas vagas web designer, estudante de Sistemas de Informação, apaixonado por Tecnologia, Informática, videogames, rock n' roll, boa música, teatro, cinema, gibis e quadrinhos. Se um sorriso resolvesse todas as coisas, seria uma pessoa muito bem resolvida com a vida. Além disso, Cristão por escolha e amor, amante das pessoas e do calor humano.

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