![Dec 04 no Eniac Music Festival](https://revistapagu.com.br/wp-content/uploads/2013/12/DSC00661-1024x768.jpg)
Esqueça o que é politicamente correto, coloque o melhor do rock dentro de um caldeirão e faça disso uma mistura boa, o resultado é: Dec 04. Se tentar comparar com Muse, perceberá que tem algumas coisas diferentes, se tentar comparar ao Coldplay, perceberá que tem mais sons de guitarra que o Cold, se tentar comparar ao The Strokes, perceberá que terá algo diferente na voz. Se comparar ao The Killers, vai perceber que tem elementos demais de rock. Essa mistura encantou e fez fãs no primeiro dia de festival: a banda encerrou a noite com chave de ouro. Trouxe o rock orgânico, como muito bem pontuou Bruno Figueiredo da banda Savant Inc. Se as pessoas naquele auditório estavam empolgadas com os sons de Demoroots, se surpreenderam com a entrega e a paixão que cada um daqueles integrantes demonstrou em cima do palco. Abriram mão de um show certo, para realizar um show com a alma. “Se o seu dia hoje não foi lá essas coisas, com certeza amanhã será melhor, afinal doze giros no ponteiro evita o que podia ser melhor”, é assim que a banda melhor se define, com o seu próprio refrão. Mistura boa de ritmos que vão do rock ao pop, transmitindo o recado.
O Chaplin: O que vocês sentiram e acharam do festival? O que foi mais positivo?
Icaro Mortatti: O que posso destacar é que achei ótimas a organização e a receptividade do evento, fomos muito bem recebidos. O carinho e a atenção da equipe de recepção foi muito legal, a vibe do lugar, você participar de um torneio de bandas e conseguir perceber um clima familiar… Consegue perceber que não é um trabalho somente nosso, mas é um trabalho da produção do Eniac, que é um trabalho de conclusão de módulo das pessoas. Você percebe uma dedicação, um carinho. Acho que é esse o clima, essa expectativa de que as coisas têm que dar certo e estão dando certo porque está acontecendo naturalmente.
Renato Pascoal: E tem coxinha!
O Chaplin: Como foi encerrar o evento? Vocês têm um som diferente, que lembra The Killers, Strokes e ao mesmo tempo não, porque colocam elementos próprios, deixam a música mais abrasileirada, o que torna o som muito mais interessante ao público, cantando em português.
Icaro Mortatti: Pra gente, encerrar um evento assim é uma expectativa, porque não ouvi as outras apresentações, então eu não tinha retorno do que estava acontecendo. O Italo falou assim: “o negócio foi longe, a gente tem que arrebentar”. A expectativa foi essa. Pontuando sobre a musicalidade, a gente enxerga isso como a entidade musical que a gente já buscava, que a gente vinha adquirindo. Porque é muito fácil você parecer, você ser rotulado como uma banda, rotulado como outra, mas quando você vai somando suas experiências e faz o seu som, acho que o que a gente busca é uma coisa nossa. Quanto ao meu timbre, quanto a minha voz, eu largo um pouco mão do que é politicamente correto, acho que tem que cantar com a alma. Aquilo que é muito afinadinho, que é muito colocado… busco o que passa emoção. Acho que às vezes é o rouco, é a voz mais alterada, é isso que toca as pessoas. É uma coisa que eu tento trabalhar um pouco em mim. Dá um pouco de insegurança, você está arriscando, você pode escapar uma nota, tem que ter riscos.
O Chaplin: Os guitarristas possuem estilos diferentes de tocar…
Icaro Mortatti: É legal essa diferença entre as duas guitarras, duas personalidades na banda, ainda mais a Paula (guitarra) sendo menina, dá um toque feminino. O resultado é DEC 04. A gente tem buscado isso, isso que soma.
O Chaplin: A banda dá espaços para cada um, desde o vocal, a guitarra feminina, cada um teve a sua abertura. O Icaro não se mostrou estrela, isso cativou o público.
Icaro Mortatti: A gente tem muito isso na banda, eu não sou estrela, a banda não é minha. Não sou eu que mando na banda, cada um tem a sua importância, a banda é nossa. Na produção de música, na composição… às vezes “dá treta”, porque um quer uma coisa e o outro quer outra. A banda consegue se harmonizar, a democracia sempre vence – infelizmente, às vezes – isso soma muito pra gente.
O Chaplin: Há uma amizade e uma parceira muito forte entre vocês da banda. Quando vocês começaram a tocar?
Icaro Mortatti: Eu e meu irmão, Lucas (guitarrista), somos gêmeos, desde que nascemos. Renato, desde pequeno, faz uns 10 anos. O Ítalos e a Paula há uns 5 anos.
Renato Pascoal: Nós tocamos pela primeira vez em 2007.
O Chaplin: Vocês conseguem pegar um pedaço de cada coisa e funciona…
Icaro Mortatti: A gente busca quebrar o método de produção de música. Sempre tem um padrão, uma maneira, de “ter que ser” assim. Tem verso, refrão, pré-refrão, refrão, verso, refrão, refrão. A gente tenta quebrar um pouco isso, porque ninguém vive de mesmice, as coisas acontecem, a rotina muda, os acontecimentos mudam. Isso é o nosso principal foco, a gente não gosta muito de falar sobre relacionamento, amor, nas músicas. Porque não é somente disso que é feita a vida, você vai trabalhar, pega ônibus lotado, você tá desanimado, você briga com a sua esposa. A vida é composta disso, a gente tenta relatar um pouco mais isso nas nossas músicas, é o que tem saído.
O Chaplin: Quais são as influências de vocês?
Italo Spioni: Bastante Los Hermanos, Maroon 5, Artic Monkeys. O Renato trás bastante influência, ele sempre tá apresentando um som diferente, muito Green Day, Foo Fighters e McFly.
Renato Pascoal: Eu gosto muito de música nacional: Charlie Brown, Forfun. Curto pra caramba, valorizo muito o cenário nacional. Eu ouço muito mais músicas nacionais do que internacionais.
![Imagem de divulgação da banda Dec 04](https://revistapagu.com.br/wp-content/uploads/2013/12/dec-04.jpg)
Analista de Sistemas, nas horas vagas web designer, estudante de Sistemas de Informação, apaixonado por Tecnologia, Informática, videogames, rock n’ roll, boa música, teatro, cinema, gibis e quadrinhos. Se um sorriso resolvesse todas as coisas, seria uma pessoa muito bem resolvida com a vida. Além disso, Cristão por escolha e amor, amante das pessoas e do calor humano.