Neste sábado, 20, a cantora paraibana Elba Ramalho apresentou em Natal, no Teatro Riachuelo, um especial de grandes clássicos, mesclando estre sucessos próprios e covers de alguns parceiros. Amizade era a palavra de ordem neste show, pois a todo o momento Elba relembrava os amigos que conquistou e que a ajudaram nas dificuldades e nas delícias que teve ao longo dos seus 35 anos de carreira. O percurso é duro, ainda mais pra quem vem do Nordeste, onde a fome ataca e a política nos vira as costas. Perseverança é seu sobrenome, tatuado na mesma voz que (en)canta com um forró ou um xote.
Dentro de um bolero chorado, a cantora bateu suas asas na música “Ave de Prata”, um dos seus primeiro sucessos, ainda na década de 80. Em seguida começou sua homenagem particular a alguns amigos, iniciando por duas músicas do cara de coração selvagem, Belchior. “A Palo Seco”, “Apenas um Rapaz Latino Americano” e “Paralelas” foram as faixas escolhidas por Elba e transformadas em xotes sentimentais. Dominguinhos, Fagner, Vander Lee e Geraldo Azevedo também foram homenageados, tendo seus maiores sucessos também cantados pela paraibana em um ritmo particularmente nordestino e dançante, mas não menos romântico, como o forró.
Ao som de “Bate Coração”, “De Volta pro Meu Aconchego” e “Chão de Giz”, Elba Ramalho se despedia de um público que não se cansa de ver uma mulher ainda apaixonada pelo que faz. Uma vitalidade invejável, de quem sabe tirar da vida talento, boas experiências e oportunidades. E mesmo daquele camarote eu pude realmente ver o que é ser uma verdadeira cantora. Que pula, que brilha, que ri, entre o batuque da zabumba e a melancolia do acordeom.
Estudante de jornalismo, com um tombo por cinema e literatura. Curte um festival de música assim como um bom gole de café. Enquanto não acha seu meu rumo, continua achando que é a pedra no meio do caminho.