Morar em Natal e não ter ouvido falar de Simona Talma, hoje, é um caso raro. A moça ficou ainda mais conhecida nos últimos meses, devido a sua participação no reality show The Voice Brasil, mas ela está há muito tempo na estrada. Simona já fez parte do projeto Trem Fantasma, junto a Cris Botarelli (baixo e vocal), Emilly Barreto (bateria), Henrique Geladeira (guitarra solo) e Luiz Gadelha. Além disso, participa da banda Talma & Gadelha. Em sua discografia constam os seguintes trabalhos: ”A moça mais vagal que há” (2005), ”Pra que serve a música” (pelo Projeto Retrovisor, 2006), ”Matando o amor” (Talma & Gadelha, 2011), ”Bang” (2012) e ”Maiô” (2013), disco mais recente do Talma e Gadelha.
O próximo show da Simona será no III MPB Jazz, um festival realizado com patrocínio da COSERN e do Governo do Estado, por meio da Lei Câmara Cascudo de Incentivo à Cultura. O show de Simona acontecerá na quinta, dia 30, no Teatro Riachuelo, e contará com muitas outras atrações, mas o festival se estende até a sexta-feira – para ver a programação completa, clique aqui.
A apresentação de Simona no III MPB Jazz está deixando todo mundo ansioso, já que , no show, ela interpretará músicas autorais de seus dois primeiros CDs (“A moça mais vagal que há” e “Bang”), além de alguns covers, fazendo uma fusão com o jazz, rock e com elementos de música brasileira. Para ir esquentando pro show, fizemos uma entrevista bem bacana com ela:
O CHAPLIN: ”Talma e Gadelha não acabou, se dividiu”, como vocês anunciaram e os fãs não cansam de repetir, em consolo. E agora, quais são os planos da banda pra 2014?
Fazer um clipe de uma música do Maiô. Fazer uma tour, primeiro shows pelo Sudeste e um show grande em Natal.
O CHAPLIN: Do The Voice, que aprendizados você leva pra vida?
Tanta coisa que é difícil saber por onde começar e como explicar. O contato com tantos cantores e realidades diferentes e tão iguais realiza uma mudança interna muito profunda, eu não saberia te dizer o quanto isso nos coloca no nosso lugar, nos situa. A experiência com a televisão e com os profissionais de lá, é como um curso que você não pagou pra fazer e que não teria como pagar se quisesse, você aprende de tudo. Aprendi a ser mais humilde, a ter mais paciência, aprendi a ter mais autocontrole, aprendi a me preparar melhor pros shows e pra minha profissão, aprendi que posso ser respeitada e valorizada e que ter cuidado e respeito com o outro nunca é demais. E exercitei ouvir mais e falar menos.
O CHAPLIN: Muitas pessoas só conheceram seu trabalho depois de sua passagem pelo The Voice. Como você sentiu isso?
Eu senti como uma brisa suave batendo no meu rosto depois de muito tempo queimando no inferno.
O CHAPLIN: Sobre a cena cultural natalense, atualmente, o que você acha que tem que ser feito pelos artistas?
Eu acho que os artistas precisam fazer pelos artistas. Ser proativo é simplesmente a única saída.
O CHAPLIN: E os artistas, na atual cena natalense, que caminhos devem seguir?
Cada um tem que descobrir o seu caminho e trabalhar insanamente pra chegar até ele.
O CHAPLIN: No seu primeiro disco, pelo menos, você cantava blues e jazz, gêneros pouco comuns por aqui. Quais foram as suas referências para querer cantar esses estilos?
Meu pai ouvia jazz e blues, desde sempre, eu achava às vezes chato, às vezes complicado demais. Não foi uma decisão, a música nos escolhe, nós não escolhemos a música, assim como eu componho ouvindo a música que as palavras me cantam, eu só extraio a música que elas já têm.
O CHAPLIN: O que você tem ouvido?
Eu escuto música de acordo com a necessidade do meu dia, tem música pra correr como Red Boots, tem música pra fazer terapia como Léo Cavalcanti, tem minhas pesquisas de música negra, de cantoras brasileiras, de cantoras negras, e sempre estou ouvindo uma banda de rock brasileira pra ter esperança de vida como Druques.
O CHAPLIN: E no 3º MPB Jazz, como será o show da Moça Mais Vagal Que Há?
Estou na minha zona de conforto total, adoro show no teatro, adoro blues, faço essas músicas há muito tempo, todas as que estão no show. Temos duas opções: ou a gente goza ou morre de tédio! Espero que todos gozem, principalmente eu.
Poeta, estudante de Multimídia, formada no curso FIC de Roteiro e Narrativa Cinematográfica pelo IFRN, apaixonada por História da Arte e fotografia.