Gangs of London e o caminho aberto por The Raid

Gangs of London é uma série britânica lançada nesse ano, fui atraído para assiti-la devido ao diretor Gareth Evans, que é um dos criadores e também diretor de dois episódios. Evans nasceu no País de Gales, mas fez carreira na Indonésia. Seu primeiro filme no país foi Merantau (2009), mas foram os geniais The Raid (2011) e The Raid II (2014) que fizeram a sua fama no mundo como um dos principais nomes do cinema de artes marciais da atualidade. Seu projeto seguinte foi o terror Apóstolo (2018) para a Netflix, já em língua inglesa. 

Os filmes The Raid também deram projeção mundial para seus astros. Vamos falar um pouco de cada um. Iko Uwais, protagonista de ambos, já apareceu em Star Wars: O Despertar da Força (2015) e ganhou uma série da Netflix, Wu Assassins (2019). Também recomendo dois filmes indonésios estrelado por ele, Headshot (2016) e A Noite nos persegue (2018), ambos do diretor Timo Tjahjanto. Iko irá estrelar a nova entrada da franquia GI Joe, Snake Eyes, com lançamento previsto para esse ano.

The Raid 2
Iko Uwais em Headshot

Joe Taslim dividiu as telas com Iko em The Raid e A Noite nos persegue, e está formidável em ambos. Em sua empreitada em Hollywood, o ator já participou de duas franquias americanas,  Velozes e Furiosos 6 (2013) e Star Trek: Sem Fronteiras (2016). Taslim será Sub-Zero na nova adaptação do jogo Mortal Kombat, que atualmente está em pós-produção, com lançamento previsto para 2021. 

Yayan Ruhian é outro grande ator da franquia The Raid. Juntamente com Iko, ele participou de Star Wars: O Despertar da Força. Ele também chamou atenção de Chad Stahelski, diretor dos filmes de John Wick, uma das melhores franquias de ação da atualidade. Yahan foi um dos vilões em John Wick 3: Parabellum (2019), juntamente com outro ator de The Raid II, Cecep Arif Rahman. 

Joe Taslim em A Noite Nos Persegue
Yayan Ruhian em The Raid

Gangs of London

De volta à série britânica, Gangs of London, como a maioria das séries, não possui apenas um diretor. Evans dirige apenas dois episódios, o primeiro e o quinto, sem dúvida estão entre os melhores. Mas a qualidade dos episódios não é equilibrada, existe um elo fraco entre os três diretores da série. 

Após Evans dar o tom de Gangs no primeiro episódio, uma mistura de O Poderoso Chefão, Os Infiltrados e o seu próprio The Raid, quem assume os três episódios seguintes é Corin Hardy, diretor cuja existência eu desconhecia totalmente. Mas ele faz um excelente trabalho aqui, cada episódio tem uma sequência de ação de cair o queixo. Isso me faz querer assistir seus dois longas A Maldição da Floresta (2015) e A Freira (2018), este último não recebeu boas críticas. 

No quinto episódio voltamos para as mãos experientes de Evans. Aqui ele deixa certos personagens de lado e foca em apenas um núcleo com o objetivo de construir uma tensão crescente. Todo o episódio nos guia para um grande confronto de vida ou morte, e quem conhece The Raid sabe que o diretor não decepciona nesses momentos. O episódio sozinho já vale por muitos filmes de ação por ai. 

Gangs of London (Ep. 5)

Temos novamente uma troca de comando na direção, que assume agora é Xavier Gens, outro cujo trabalho desconhecia. O sexto episódio funciona muito bem, gira em torno de uma tortura, e o diretor consegue mostrar quão desumano é tal ato. Mas como disse antes, a série tem um elo fraco e é Gens. O sétimo e oitavo episódios são de longe os mais fracos, mal dirigidos e escritos. Poderiam fazer qualquer um desistir da série. 

Para o episódio final da série voltamos com Corin Hardy, uma pena que não seja o  Evans para finalizar a série. Mas como colocado, o Hardy fez um ótimo trabalhos nos episódios 2,3 e 4, aqui consegue dirigir um bom final com cenas impactantes. Pontas são deixadas para uma próxima temporada. Para quem gosta de resoluções irá se frustrar aqui. 

Cinema Asiático

Em um dos meus textos anteriores falei sobre o cinema de Hong Kong e recomendei vários filmes e diretores. Esse aqui parte da mesma intenção, chamar atenção para o cinema feito fora de Hollywood, que é o que normalmente temos mais contato. Adoro o cinema americano e escrevi vários textos sobre, o ponto não é ser melhor ou pior, apenas questão de holofotes. Nesse sentido, após a decepção que foi o novo filme do Spike Lee (Destacamento Blood) e sua visão caricata do Vietnã, deixo aqui a recomendação do filme Boat People (1982), da diretora de Hong Kong, Ann Hui, que lança um olhar humano sobre o Vietnã pós-guerra.

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Jonathan DeAssis
Estudante de mestrado da UFRN. Aspirante a cineasta. Tenta analisar filmes.
Jonathan DeAssis

Jonathan DeAssis

Estudante de mestrado da UFRN. Aspirante a cineasta. Tenta analisar filmes.

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