Com a celebração dos 60 anos de reinado de Elizabeth II, resolvi preparar uma lista variada com filmes sobre a realeza, com foco na família real britânica. Contudo, pus algumas comédias ficcionais para quem, como eu, gosta do gênero. A lista está em ordem cronológica, já que seria extremamente difícil para mim organizar por ordem de qualidade. Que tal dar uma conferida?
1. A princesa e o plebeu (Roman Holiday, 1953)
Direção: William Wyler
Com: Audrey Hepburn e Gregory Peck
O filme narra a estória de uma princesa que resolve ir divertir-se em Roma, de forma anônima. Lá, conhece um repórter e acaba se envolvendo com ele. Inicialmente, as intenções do jornalista não eram das melhores, ele pretendia aproveitar-se da situação, mas acaba se apaixonando pela bela princesa. O filme, primeiro longa-metragem de de Audrey Hepburn, lhe rendeu o Oscar de Melhor Atriz, um Globo de Ouro e um BAFTA. O filme foi indicado ao Oscar em outras sete categorias, inclusive Melhor Filme, contudo, só levou mais uma estatueta, a de melhor figurino.
2. Becket, o Favorito do Rei (Becket, 1964)
Direção: Peter Glenville
Com: Richard Burton e Peter O’Toole
Após a morte do Arcebispo de Centerbury, o rei Henrique II, em constante pé de guerra com a Igreja, tem a genial ideia de oferecer o cargo ao amigo de farras, Becket, o qual ele imaginou que ficaria ao seu lado, e contra a igreja, nas decisões que lhe cabiam. Contudo, Becket encarou o cargo com mais seriedade que o rei previra. O filme recebeu o Oscar de Melhor Roteiro Adaptado, e recebeu outras onze indicações. Ainda ganhou dois Globos de Ouro e três BAFTA.
3. O homem que não vendeu sua alma (A man for all seasons, 1966)
Direção: Fred Zinnemann
Com: Paul Scofield, Robert Shaw, Orson Welles, John Hurt e Vanessa Redgrave
Thomas Moore é chanceler e amigo pessoal do rei Henrique VIII. É católico fervoroso e se vê num impasse quando o rei deseja acabar seu primeiro casamento com Catharina de Aragão para unir-se a Ana Bolena através de falsas alegações. Por esse motivo, Moore decide renunciar ao cargo de chanceler. Mas a sua importância é tamanha que o rei continua a persegui-lo. Conta uma polêmica e comentada história sob a perspectiva de um personagem até então pouco falado. A película foi vencedora do Oscar em seis categorias, sendo indicada para outras duas. Entre os prêmios que o filme levou, estavam Melhor Filme, Melhor Diretor e Melhor Ator para Paul Scofield.
4. Henrique V (Henry V, 1989)
Direção: Kenneth Branagh
Com: Paul Scofield, Kenneth Branagh e Emma Thompson
Filme baseado na peça de mesmo nome de William Shakespeare. Narra o episódio em que o rei Henrique V da Inglaterra lidera seu exército contra os franceses, após ser insultado e sentir-se ofendido pelo rei da França, Carlos VI. O diretor da película, Kenneth Branagh, também atua como protagonista.
5. As loucuras do Rei George (The madness of King George, 1994)
Direção: Nicholas Hytner
Com: Nigel Hawthorne e Hellen Mirren
O filme se passa no século XVIII, quando o Rei George III passa a demonstrar sinais de insanidade após perder colônicas americanas que o país possuía. Isso causa um clima de instabilidade e intriga no reino. A película é britânica, venceu três BAFTA, e recebeu um Oscar na categoria de Melhor Direção de Arte, sendo indicada em outras três categorias, inclusive Melhor Ator e Melhor Atriz Coadjuvante. Helen Mirren ganhou o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Cannes.
6. Elizabeth (Elizabeth, 1998)
Direção: Shekhar Kapur
Com: Cate Blanchett e Geoffrey Rush
Trata-se de uma cinebiografia sobre a vida da Rainha Elizabeth I, desde a sua adolescência, rejeitada por ser filha bastarda de Henrique VIII, até os primeiros anos de seu reinado, até hoje conhecido como sendo o mais grandioso da história da Inglaterra, durante o ápice do absolutismo inglês. O filme centra-se no perfil de Elizabeth e também em suas aventuras amorosas, embora a rainha nunca tenha casado e, por isso, o título de “A Rainha Virgem”. A excelente atuação de Cate Blanchett lhe rendeu um Globo de Ouro e um BAFTA, além de uma indicação ao Oscar. O filme foi indicado em outras seis categorias, vencendo apenas a de Melhor Maquiagem.
7. O Diário da Princesa (The Princess Diaries, 2001)
Direção: Garry Marshall
Com: Anne Hathaway, Julie Andrews e Mandy Moore
A comédia adolescente O Diário da Princesa é baseada nos livros de sucesso da escritora Meg Cabot e conta a estória de uma garota desajeitada, Mia Thermopolis, cujo objetivo de vida é manter-se invisível. Contudo, quando ela descobre que o pai é príncipe de uma pequeno país da Europa, sua vida vira de pernas para o ar. O foco do filme é a relação de Mia com sua avó, a Rainha Clarisse Rinaldi, e a mudança física e de comportamento tanto da protagonista como dos que estão a sua volta. O filme teve uma continuação em 2004. Anne Hathaway, que passou a receber importantes papeis no cinema, foi revelada após atuar como a princesa Mia.
8. A Rainha (The Queen, 2006)
Direção: Stephen Frears
Com: Helen Mirren e Michael Sheen
Trata-se de uma releitura feita sobre aspectos da vida da Rainha Elizabeth II. O contexto histórico é a recente morte da Princesa Diana e a relação da Rainha com o então Primeiro Ministro, Tony Blair, com a sua família e com o povo. A excelente atuação de Helen Mirren lhe rendeu vários prêmios, entre eles o Oscar de Melhor Atriz, o Globo de Ouro e o BAFTA. Sem sombra de dúvidas, um dos melhores filmes dessa lista.
9. Elizabeth – A Era de Ouro (Elizabeth: The Golden Age, 2007)
Direção: Shekhar Kapur
Com: Cate Blanchett, Clive Owen, Geoffrey Rush e Abbie Cornish
A continuação de Elizabeth (1998) se passa após quase 30 anos de seu reinado. O filme tramita em torno das intrigas da Rainha Elizabeth com um adversário político, o Rei Felipe II, da Espanha, católico que deseja arruinar o governo com princípios protestantes da rainha inglesa. Paralelo a isso, Elizabeth sustenta um romance. Novamente, o filme trás uma ótima atuação de Cate Blanchett, que lhe rendeu novas indicações ao Oscar, Globo de Ouro e BAFTA, embora não tenha vencido nenhuma das premiações.
10. A Outra (The Other Boleyn Girl, 2008)
Direção: Justin Chadwick
Com: Natalie Portman, Scarlett Johansson e Eric Bana
De todas as atuações de Maria Bolena e Ana Bolena que já vi, Scarlett Johansson e Natalie Portman são as minhas favoritas nesse excelente filme que é bastante fiel ao episódio histórico em que, estimulado por um ama nova paixão e rivalidades políticas, o Rei Henrique VIII se rebela contra a Igreja e seu matrimônio. Um aspecto do filme é que tem como foco uma personagem desvalorizada e quase sempre retratada como prostituta: Maria Bolena, a irmã de Ana Bolena, a primeira da família a conquistar o rei Henry. Filme belíssimo, ótimo núcleo de arte e histórico, excelentes atuações e bem dirigido.
11. A Duquesa (The Duchess, 2008)
Direção: Saul Dibb
Com: Keira Knightley, Ralph Fiennes e Hayley Atwell
A Duquesa conta a história do casamento conturbado de Georgiana Spencer, a Duquesa de Devonshire, com o Duque de Devonshire, membros na nobreza inglesa. Para os outros, o casamento era perfeito e harmônico, mas as personalidades do casal não casavam e o relacionamento se deteriorava a cada dia. É apresentado um perfil da “marquesa da moda”, que utilizava de sua popularidade e simpatia para esconder todo o sofrimento da vida pessoal. Uma curiosidade é que Lady Di é descendente direta do irmão de Georgiana e, com séculos de diferença, ambas viveram uma história semelhante. Outra grande produção com excelentes atuações, com destaque para Keira Knightley.
12. A Jovem Rainha Vitória (The Young Victoria, 2009)
Direção: Jean-Marc Vallée
Com: Emily Blunt e Rupert Friend
O filme trás à tona uma Rainha Vitória jovem, determinada e apaixonada. Ela tem 17 anos e está no centro da luta pelo poder real. Além dos desafios que tem que vencer para atingir seu objetivo, a jovem rainha encontra em seu caminho o elegante primo, Alberto. Em 2010, o filme foi indicado a três Oscar, vencendo o de melhor figurino.
13. A Princesa e o Sapo (The Princess and The Frog, 2009)
Direção: Ron Clements e John Musker
Com: Anika Noni Rose, Oprah Winfrey, Bruno Campos e Tyra Banks
A Princesa e o Sapo foi seguramente uma das melhores animações que já assisti. Sem apelar para tecnologias modernas, o filme é feito no bom estilo tradicional. A história pode parecer comum e sem nenhuma novidade, mas o filme soube como ser inovador, além de emocionar os mais rígidos adultos. Outra característica que achei o máximo é que a bela princesa Tiana é negra, o que completamente resignifica a visão que as crianças têm de princesas da Disney, sempre loiras ou ruivas, no máximo morenas, mas nunca negras. Além de que Tiana não é uma princesa tradicional, mas moderna, determinada e trabalhadora.
14. O Discurso do Rei (The King’s Speech, 2010)
Direção: Tom Hooper
Com: Colin Firth, Geoffrey Rush e Helena Bonham Carter
O vencedor do Oscar de Melhor Filme do ano passo encanta pela simplicidade como expõe uma batalha pessoal do monarca inglês, Albert, ou Rei George VI. Albert é gago desde nascença e, por ser o filho mais novo, nunca imaginou ter que subir ao trono real, sendo essa responsabilidade do primogênito da família, David, ou Eduardo VIII. Contudo, quando um romance inusitado toma lugar na vida de Eduardo, ele renuncia ao título e passa a coroa para o irmão mais novo, que não só enfrenta a pressão de governar um povo, como também de não conseguir falar ao seu povo. Sem pompas ou pedestais. O filme, digno do Oscar que recebeu, expõe o George em sua forma mais intimista, assim como sua relação com sua família e o amigo Lionel, que o ajuda a enfrentar o problema que, para ele, ultrapassa as piores crises reais. O filme surpreende pelas excelentes e premiadas atuações. Além de Melhor Filme, levou mais três estatuetas. Entre elas, Melhor Ator, para Colin Firth, e Melhor Diretor para Tom Hooper.
15. W.E. (W.E., 2011)
Direção: Madonna
Com: Abbie Cornish, James D’Arcy, Andrea Riseborough
Vaiado na sua estreia, em Veneza, e arduamente apunhalado alfinetado pela crítica, W.E., segunda película dirigida pela rainha do pop, Madonna, é um dos poucos filmes dessa lista que ainda não vi. Contudo, tenho quase certeza que o verei em breve. O filme conta a história de Eduardo VIII e a mulher por quem se apaixonou e abdicou do trono britânico, Wallis Simpson. Paralela a essa história, uma espécie de alterego de Madonna, Wally Winthrop, investiga a história mais de seis décadas mais tarde. Alterego, pois a cantora admitiu ser obcecada pela história há algum tempo, justamente como Wally. O enredo parece interessante e tinha tudo para ser um grande filme, mas a crítica alega que Madonna muito se preocupou com a estética e pouco com o conteúdo sentimental do que passaria em seu filme. Contudo, aquele que defendem a cantora afirmam que muitos críticos não simpatizaram com o filme unicamente por levar o nome de Madonna. Vamos conferir, então?
EXTRA
The Tudors (The Tudors, 2007 – 2010)
Criador: Michael Hirst
Com: Jonathan Rhys Meyers, Henry Cavill, Natalie Dormer, Maria Doyle Kennedy, Sarah Bolger, Annabelle Wallis, Sam Neill, Callum Blue, Joss Stone, David O’Hara, Peter O’Toole
Não há como negar, contudo, que a melhor produção já realizada com temática na família real britânica foi a série de TV The Tudors. O mais fiel possível que uma série de TV pode ser à realidade, The Tudors trás a melhor atuação de Henry VIII que já vi, sendo o responsável pela façanha o incrível Jonathan Rhys Meyers. Embora fosse lindo, moreno e magro (bem diferente do verdadeiro rei), Jonathan conseguiu fazer uma releitura de Henrique VIII que me deixou com saudades ao fim da série. São 38 episódios de história, uma direção de arte e produção incríveis e atuações maravilhosas. Surpreendem, entre elas, Henry Cavill, o único ator além de Jonathan permanece durante toda a série. Além dele, Sarah Bolger, como Maria Tudor, Natalie Dormer, como Ana Bolena, Peter O’Toole como Papa Paulo III e Joss Stone, como Ana de Cleves, fizeram um ótimo trabalho. Joss Stone, em especial, prova que não só é uma excelente cantora, mas atriz competente. A série está disponível para download em qualquer site de séries e, para quem ainda não viu e se interessa pelo assunto, fica a dica.

Jornalista, cinéfila incurável e escritora em formação. Típica escorpiana. Cearense natural e potiguar adotada. Apaixonada por cinema, literatura, música, arte e pessoas. Especialista em Cinema e mestranda em Estudos da Mídia (PPgEM/UFRN). É diretora deste site.
Essa lista é infindável, né? São tantos filmes sobre a realeza. Mas está de bom tamanho.
Abraços,
O Falcão Maltês
Seu espaço é uma festa!adorando vou seguindo.
bjis
Onde está Maria Antonieta ?
Na França