É difícil saber até que ponto estão felizes e realizados os homens e mulheres em suas relações. A jornada do cotidiano ensaia dúvidas, inseguranças, bravuras e desistências – elementos que configuram a história de muitos e que são tema do livro Homens sem Mulheres, versão brasileira de 女のいない男たち – Onna no inai otoko tachi, do escritor japonês Haruki Murakami.
Lançado em 2015 pelo selo Alfaguara, da editora Objetiva, o livro reúne em 240 páginas sete contos com diálogos e narrativas singelas, porém tocantes. A ficção japonesa foca nas histórias de homens que se separaram de suas mulheres, porém dá grande atenção a elas e ao efeito que cada uma causou na vida deles, deixando marcas e se tornando inesquecíveis. A trama aborda a reflexão inquieta desses homens que acreditavam ter um relacionamento bem sucedido, porém veem-se, em alguns dos casos, traídos e deixados por suas companheiras.
Com reconhecida maestria e linguagem simples, Murakami conduz o leitor a se envolver com as histórias cotidianas e acessíveis à realidade. É possível imergir nas meditações pessoais dos personagens e se deixar invadir por suas ponderações, inquietudes, biografias e casos pessoais – muitas vezes compartilhados com quase estranhos, sob a forma de desabafos.
![O autor Haruki Murakami](https://revistapagu.com.br/wp-content/uploads/2016/01/Haruki-Murakami-1024x528.jpg)
Homens sem Mulheres transcende até mesmo a relação entre gêneros. Oferece um passeio reflexivo através das relações humanas e suas metamorfoses. Trata de dualidades: dúvidas e certezas, encontros e desencontros, presença e isolamento, anulações e continuações.
Em 2015, já foram lançados dois outros títulos de Murakami pelo selo Alfaguara: Dance, Dance Dance e Sono. Todos os livros apresentam edições caprichadas e com conteúdo que certamente não decepcionam, mesmo se julgados pela capa.