O curioso ritmo alucinante do Camarones Orquestra Guitarrística

O grupo potiguar Camarones Orquestra Guitarrística está com um novo álbum no gatilho, intitulado “Rytmus Alucynantis”, com previsão de lançamento para depois do Carnaval. A turnê do disco já começou e a agenda segue cheia, inclusive fazendo um tour por alguns países europeus. O quarteto foi convidado para tocar em um dos grandes festivais de música do mundo, o “Primavera Sound”, na cidade de Barcelona. O festival ocorre de 28 a 30 de maio.

O Primavera Sound foi criado em 2001, e é celebrado durante três dias, normalmente no fim de maio ou inicio de junho, na cidade de Barcelona, Espanha. Tem como objetivo divulgar as novas tendências da música, com foco principalmente na cena independente do rock e pop internacional, além de DJs. Nos anos de 2012, 2013 e 2014 foi realizado também na cidade do Porto, em Portugal.

Foto: Divulgação/Facebook
Foto: Divulgação/Facebook

A banda Camarones surgiu no final de 2007, com uma proposta diferente e que se mostrou positiva, fazer rock instrumental, com uma mistura de ska, pop, e outros ritmos regionais. Hoje são conhecidos como um dos grupos independentes mais ativos do país, e um dos nomes fortes aqui no estado, já tendo feito turnê pela América do Sul e Europa.

O disco “Espionagem Industrial”, lançado em 2011, é um dos melhores do grupo. Conta com participações especiais, como Talma & Gadelha, The Baggios, Hossegor, com formato que lembra um LP, já que vem separado em dois lados. A formação atual conta com Ana Morena (baixo), Yves Fernandes (bateria), Fausto Alencar (guitarra) e Anderson Foca (teclado e guitarra). O próprio Foca nos cedeu uma entrevista sobre o novo projeto, além de falar um pouco sobre a banda.

O CHAPLIN: Vocês foram convidados para tocar no Primavera Sound, considerado um dos grandes festivais de música do mundo. Como surgiu esse convite?

Foca: A gente já vem se relacionando com uma plataforma internacional desde 2011, começando pela América do Sul. Então fomos construindo contatos, shows e pesquisando coisas nesses últimos anos. O Primavera tem uma curadoria pesada, e nossos representantes na Europa mandaram nosso material e eles simplesmente nos escalaram. Mas temos noção que o trabalho feito na Europa ano passado fez muita diferença para que isso acontecesse.

O CHAPLINO Camarones será a primeira banda aqui do estado a participar desse festival?

Foca: Aqui do estado, somos os primeiros sim.

Foto:
Foto: Divulgação/Facebook

O CHAPLIN: A agenda de vocês está bem cheia, tanto aqui no Brasil, quanto na Europa. O quão positivo é uma turnê como essa, em que se passa meses viajando?

Foca: Banda é para ficar o maior tempo possível na rua e se apresentando, isso é a coisa certa a se fazer para que um trabalho ande de verdade. É algo positivo e ideal essas tours. É o que faz a banda melhorar, aumentar sua reputação e criar um público. Só tocar dentro de casa é legal, mas a missão fica incompleta.

O CHAPLIN: O que o público pode esperar desse novo trabalho?

Foca: A proposta do novo álbum é promover energia, tanto no disco quanto nos shows. Nosso grupo se baseia em rock simples, sempre foi assim, e assim continuará, e aos poucos fomos absorvendo um pouco do rocksteady jamaicano, rockabilly New Orleans, ska California, música paraense e outras coisas que fazem a gente dançar. No disco terá tudo isso e nos shows que já iniciamos também. Participa gente do Boogarins, Móveis Coloniais de Acaju, Velociraptors e Molho Negro fazendo esse caldo.

O CHAPLIN: O Camarones, apesar de ser uma banda instrumental, vem sendo aclamada pelo público, mesmo os que não têm costume de ouvir esse tipo de música, e acabam até gostando mais do que alguma que tenha letra. A que você deve essa boa repercussão?

Foca: Acho que nós somos uma banda pop com uma proposta simples, e as pessoas acabam se identificando com isso. Claro que se tivesse letra, as coisas seriam mais fáceis, mas nascemos assim e nem pensamos muito em como isso ia acontecer quando fundamos a banda. Acho que temos uma característica que é de tentar dar nosso melhor em qualquer show e isso termina fazendo a diferença para o público. Curioso é que tocamos bem pouco com bandas instrumentais, a maioria dos nossos shows são com bandas que têm vocalistas, e sempre dá certo em ambos os casos. Termina sendo um trufo interessante.

Foto: Divulgação/Facebook
Foto: Divulgação/Facebook

O CHAPLIN: Por se tratar de uma banda instrumental, como é o processo de composição?

Foca: É bem tranquilo. Vamos compondo na estrada, gravando umas coisas no celular, e quando dá o período de gravação desenvolvemos tudo isso. Temos um estúdio próprio, o Dosol, e isso facilita as coisas, além de dois membros terem estúdio em casa, então se torna mais fácil.

O CHAPLINPor vocês estarem em turnês longas, especialmente do ano passado para cá, e agora também em 2015, como a convivência, o conhecer o outro, ajuda no palco?

Foca: A gente se dá muito bem. Por exemplo, eu e o baterista temos 20 anos de diferença de idade, mas gostamos de conhecer novos lugares, pessoas interessantes, curtimos as mesmas bandas, e isso ajuda muito na convivência dentro de uma banda. O mais importante é que cada um respeita o espaço do outro. Ano passado ficamos 120 dias juntos, ou seja, 1/3 do ano, por isso é preciso que a convivência seja muito boa para dar certo.

Se você quiser conhecer o trabalho do Camarones, além de ver a agenda, é só procurá-los no Facebook, ou acessar o site da banda.

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Caio Rodrigues
Graduado em Comunicação Social(UFRN), vai do rock ao samba, do Poderoso Chefão a Toy Story, como cantava Adoniran Barbosa, “Deus dá o frio, conforme o cobertor”.
Caio Rodrigues

Caio Rodrigues

Graduado em Comunicação Social(UFRN), vai do rock ao samba, do Poderoso Chefão a Toy Story, como cantava Adoniran Barbosa, "Deus dá o frio, conforme o cobertor".

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