Os tambores que entoam na Bahia: 70 anos do trio elétrico e 35 anos da axé music

A uma semana do Carnaval, Salvador já respirava e vivia um clima totalmente diferente. As ruas  começam a se transformar de meros espaços públicos a construções gigantes dos camarotes, estúdios de transmissão. Já as pessoas, principalmente os comerciantes locais, gritam por promoções de mercadorias como fantasias, balões, máscaras, spray de espuma e muito glitter.

Em 2020, o carnaval soteropolitano está em comemoração dos dois maiores símbolos que marcaram a maior festa popular do mundo. Primeiramente, o trio elétrico, que chegou aos seus 70 anos e também o axé music em seus bem vividos 35 anos. Foi a dupla Dodô e Osmar que decidiu transformar a festa em algo maior. Em cima de uma fubica com dois alto-falantes (na parte da frente e de trás), empunhando seus inseparáveis instrumentos, entre eles o “pau elétrico”, com os quais eles saiam no tradicional circuito da festa tocando marchinhas, frevos e outros clássicos populares da época.

Desde então, o trio elétrico foi se transformando. A próxima grande mudança foi a inserção de um cantor e foi graças a Moraes Moreira que isso aconteceu, contrariando justamente um dos criadores do caminhão elétrico. Nestes 70 anos de muita história e música, o carro se transformou e se atualizou muitas vezes. Mais falantes, mais altos, telões, fumaça, confetes, plataforma suspensa são algumas das modificações que sofreu.

O famoso tapete branco formado pelo Filhos de Gandhy. Foto: Fabio Marconi

E foi justamente por causa dele, que as estrelas carnavalescas da Bahia se consolidaram. Quem não conhece o som de Ivete Sangalo, Luiz Caldas, Carlinhos Brown, Saulo, Claudia Leitte, Chiclete com Banana, Durval Lelys, dentre tantos outros? E todos eles influenciados por outro aniversariante, o Axé Music. Mais uma vez, existem os puristas que descaracterizam o gênero musical, como qualquer novo estilo de música. Contudo, foi essa expressão cultural que ajudou Salvador a se espalhar para o resto do mundo.

Carnaval é pra quem gosta! Esse é um fato irrefutável, tem que prefira ir para os blocos, envoltos pela corda do trio, para o conforto dos camarotes ou até mesmo o aperto divertido da pipoca. Existe também outras opções da folia, como os bloquinhos tradicionais com fanfarra, ou o circuito do Centro Histórico (Pelourinho) com bandas e artistas bem diferentes. Recentemente, a prefeitura também tem apostado em carnavais mais bairristas com palcos exclusivos em algumas localidades com atrações tão boas quanto aos circuitos considerados mais tradicionais.

Mesmo com a tensão para a saída dos blocos afro este ano, os principais irão abrilhantar o carnaval, ou seja, presença confirmada do Olodum, Filhos de Gandhy, Ilê Aiyê, Cortejo Afro, Filhos do Congo, Muzenza e etc. Vale tão à pena quanto acompanhar as estrelas, é impressionante o que os organizadores preparam para a avenida! 

Muito fôlego, disposição e alegria para este Carnaval! Hidrate-se, use preservativo e parceiro…  Não é não! Respeite as minas! A Pagu deseja um ótimo carnaval para você, independente da forma que você vá curtir, mas já pode ir aquecendo com essa playlist de clássicos inesquecíveis que não pode faltar na folia momesca.

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Vinícius Cerqueira
Jornalista em formação, fluente em baianês e musicalmente conduzido no dia a dia
Vinícius Cerqueira

Vinícius Cerqueira

Jornalista em formação, fluente em baianês e musicalmente conduzido no dia a dia

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