Para além do lúdico em direção ao empoderamento feminino no filme da Capitã Marvel

A vida imita a arte ou a arte imita a vida? Não há como saber ao certo, porém, é fácil perceber quando a arte se inspira na vida para nos fazer refletir sobre os “ventos da mudança” que sopram em nossa sociedade.

Afirmo isto porque em tempos de discussão acerca da participação da mulher em mais espaços da sociedade, galgando respeito e igualdade de direitos, os estúdios Marvel lançam seu primeiro longa-metragem, da fase Avengers, cuja personagem principal é uma mulher: Capitã Marvel.

A história retrata uma heroína clássica dos “gibis” da “Casa da Ideias”. O contexto da película apresenta uma jovem oficial da força aérea norte americana que, devido a um acidente, vai parar em outro planeta em que sua raça nativa guerreia com outra raça alienígena (Krees vs. Skulls) e após alguns anos treinando numa tropa de elite extraterrena, se vê de volta a Terra na tentativa de impedir uma invasão da raça antagonista.

Para além do contexto da fantasia, o filme traz consigo uma personagem principal que limita seu potencial em relação a uma figura masculina, manifestando sobre ela certo domínio a ponto de regulá-la e utilizá-la para atingir seus objetivos escusos. Contudo, ao fim da película, a mesma consegue se desvencilhar desta figura controladora e derrotá-la, atingindo a plenitude do seu potencial.

Embora o filme apresente um “final feliz”, a Marvel Studios demorou a absorver a crescente corrente da luta por igualdade de direitos entre homens e mulheres que circunda o planeta na atualidade, não sendo diferente em Hollywood.

Assim, após vários “longas” em que os papeis das mulheres se restringiam apenas a complementar o contexto da “estória” de heróis másculos e corajosos em “jornadas homéricas”, como Homem de Ferro e Capitão América, a Marvel apostou numa película em que a personagem principal busca, para além dos conflitos previstos no roteiro, o seu próprio empoderamento para sua autoafirmação enquanto mulher, evidenciando a obra não apenas o caráter lúdico, mas político também.

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Bruno Oliveira
Agitador cultural, headbanger, colecionador de vinis, leitor de hq’s e um dos produtores do único bloco de Rock’n’Roll do carnaval de Pirangi, Atrasados Para Woodstock.
Bruno Oliveira

Bruno Oliveira

Agitador cultural, headbanger, colecionador de vinis, leitor de hq's e um dos produtores do único bloco de Rock'n'Roll do carnaval de Pirangi, Atrasados Para Woodstock.

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