Já se passou mais de um mês desde a chegada de Pokémon GO em nossas terras, e a euforia e o anseio dos jogadores pelo jogo tomou dimensões que ninguém esperava. Crianças, jovens e até mesmo adultos aderiram ao jogo cujo principal objetivo é capturar os monstrinhos do clássico anime criado por Satoshi Tajiri, em 1995. O jogo tem como base a distribuição dos Pokémons pela cidade para diversos fins, seja completar sua pokedex, ou para conquistar os ginásios de sua região. Para isso, o jogador (ou mestre) precisa andar por uma localidade, e faz isso com a ajuda de um mapa em seu smartphone.
Já escrevemos sobre como o jogo pode revolucionar o mercado de games. Mas as mudanças não ficam restritas ao jogo em si. Seu modus operandi leva as pessoas a reocuparem espaços públicos, como parques e praças. Com a volta das pessoas a esses espaços, o comércio local foi positivamente impactado. No Rio de Janeiro, por exemplo, um vendedor ambulante de pipocas na Zona Sul da cidade conta que, além de ter ganhado novos clientes – provavelmente adolescentes que ficavam “aprisionados” em suas casas para jogar videogame e, agora, saem de casa para jogar no celular – as vendas foram incrementadas cerca de 30%.

Além do aumento das vendas do comércio local, uma melhora na segurança desses espaços públicos também pode ser observada, uma vez que – com a ocupação desses espaços pelas pessoas – a sensação de segurança aumenta, o que contribui para outros indivíduos saírem de suas casas e ocuparem ainda mais as praças, como que numa reação em cadeia.
Os jogadores também costumam usar as redes sociais, principalmente criando eventos pelo facebook, para caçar os pokémons em datas, horas e locais muito bem determinados, evidenciando uma nova forma de utilizar o mundo virtual para ocupação do mundo real. Nesses encontros, os usuários buscam mais informações sobre o jogo e, assim como em toda nova “febre”, isso desencadeia a interação dessas pessoas e pode aumentar o círculo de amizades reais, não apenas virtuais. Em suma, Pokémon Go está revolucionando não apenas a ocupação de espaços públicos, mas também a socialização.
Mas por que os locais públicos se tornaram alvo dos usuários do jogo? Porque, além de serem o abrigo, em geral, dos melhores Pokémons com CP (Combat Power), esses lugares também oferecem PokeStops, onde o jogadores recebem novas pokébolas, item fundamental para capturar as criaturazinhas. Outros itens, como poções para recuperação de Pokémons (revive) e ovos que – ao chocarem – darão bichinhos mais raros também podem ser encontrados nesses lugares.
É bem verdade que, por enquanto, o jogo pode soar um tanto monótono, pois até agora o principal objetivo da ferramenta é capturar as criaturas. Mas acalmai os vossos corações! Boatos que circulam na internet dão conta de que o jogo ganhará uma nova funcionalidade ainda este ano: a possibilidade de trocas de Pokémons entre os treinadores, possibilitando que os jogadores completem a pokédex rapidamente. Outras diversas atualizações estão programadas para chegarem ao jogo no ano que vem.