O ator, dramaturgo e comediante mexicano Roberto Gómez Bolaños faleceu nesta sexta-feira (28), em Cancún. É conhecido pela criação das séries televisivas “Chaves” e “Chapolin Colorado”, ambas transmitidas no Brasil pelo SBT. Podemos dizer que ele foi uma espécie de Charles Chaplin da América Latina. Quem nunca riu com os episódios exibidos? Quem ficava com raiva quando Silvio Santos tirava as reprises dos programas?
Quem passou a infância vendo esses dois programas gostava das pérolas de Chaves na escola, das brincadeiras com Quico e Chiquinha, das atrapalhadas, do piripaques, mas também tinha momentos de lágrimas e reflexões. Mas quem foi Roberto Gómez Bolaños? O artista que distribuiu uma imensa obra e fez toda a América Latina rir com seus trabalhos, além de inspirar muitos comediantes latinos.
Nas suas últimas aparições públicas, ele já demonstrava uma saúde fragilizada. Roberto é formado em engenharia elétrica na Universidade Nacional Autônoma do México, mas nunca exerceu a profissão. Começou a sua carreira como escritor criativo, através do rádio e televisão durante a década de 1950, quando começou a escrever roteiros para programas e depois também realizou trabalhos para a televisão.
Também fez vários roteiros de cinema e começou a representar como ator em 1960. No final da década de 60, Chesperito, como é conhecido pelos seus fãs, escreveu o programa com duração de meia hora, chamado “Los Supergenios de la Mesa Cuadrada”, na qual também contracenavam atores que futuramente fariam parte de “Chaves” e “Chapolin”, como Ramón Valdés (Seu Madruga), Rubén Aguirre (Professor Girafales) e María Antonieta de las Nieves (Chiquinha).
O apelido surgiu por conta do diretor de cinema Agustín P. Delgado por causa do 1,60 de altura e é uma referência ao dramaturgo britânico William Shakespeare.
No ano de 1970, surge o “Chapolin Colorado”, um herói atrapalhado. Um ano depois, foi criado o personagem que se tornaria o maior sucesso de Bolaños, “Chaves”, que conta as trapalhadas de um menino de rua (que mora em um barril) e seus amigos.
Chespirito também foi autor de vários personagens, como Chompiras, Dr. Chapatin, Vicente Chambon e Chaparrón Bonaparte.
O programa “Chaves” é o mais reprisado do SBT e está no ar no Brasil há mais de 30 anos. Além disso, existe a versão feita em desenho animado. Ele era casado com Florinda Meza, atriz que interpreta a Dona Florinda de “Chaves”.
Frases conhecidas de Chaves e Chapolin
Chaves
“Tá bom, mas não se irrite”
“Ninguém tem paciência comigo”
“Isso, isso, isso”
“Já chegou o disco voador”
“Teria sido melhor ir ver o filme do Pelé”
“Prefiro morrer do que perder a vida”
“É que me escapuliu”
“Zás e zás e…”
“Não tem por onde”
Chapolin
“Não contavam com minha astúcia!”
“Sigam-me os bons!”
“Palma, palma, não priemos cânico”
“Se aproveitam de minha nobreza”
“Suspeitei desde o princípio”
Natalense, jornalista, gosta de música, livros e boas histórias desde que se entende por gente. Também tem uma quedinha pela fotografia.