The Midnight Meat Train: excesso de efeitos especiais e roteiro confuso não funcionam bem

Há duas semanas escrevi aqui n’O Chaplin sobre o curta-metragem de terror Ninjas (ler aqui), um ótimo filme. Na oportunidade eu comentei o quão são raros bons filmes do gênero, que geralmente carecem de boas narrativas e produções.

The Midnight Meat Train (Ryûhei Kitamura, 2008) cai nesse estigma do cinema de terror da atualidade. Este tem uma ótima qualidade técnica, é indiscutível, porém com um roteiro apático e extremamente raso.

 

 

Logo na primeira sequência já sabemos, mais ou menos, do que se trata a trama; é tarde da noite, e em um vagão de metrô quase vazio um homem cochila, logo em seguida alguém se aproxima, e sem conversa alguma, ataca o passageiro brutalmente até a morte com uma espécie de martelo.

Após esta introdução somos apresentados ao protagonista Leon, interpretado por Bradley Cooper, mais conhecido pela comédia “Se Beber não Case” e recentemente nomeado ao Oscar de Melhor Ator por “O Lado bom da Vida”, um fotógrafo que busca reconhecimento artístico e financeiro por seu trabalho.

 

 

Certo dia, após ter suas fotos rejeitadas por uma famosa galerista (Brooke Shields), ele resolve sair pela cidade em busca de melhorar seus cliques. Leon então vai ao metrô e lá presencia o que seria um possível estupro, a situação o leva a fotografar os bandidos, e acaba afugentando os meliantes. Logo após, a moça o agradece e vai em direção ao seu trem. Chegando lá, encontra o assassino da primeira cena, interpretado pelo ‘badass’ Vinnie Jones (Snatch). Nem preciso dizer o que acontece com a coitada, né?

Após o ocorrido, Leon vê em um jornal que a moça da noite anterior havia desaparecido. Aí o filme começa a ficar estranho, o protagonista retorna ao metrô e avista, saindo de lá, o matador, e simplesmente começa a segui-lo, com intuito de fotografá-lo. Por conta de um anel, Leon desconfia que o estranho homem pode ter ligação com o desaparecimento da mulher.

 

A história vai se costurando entre as mortes no metrô e a fixação do personagem de Cooper pelo assassino. Aos poucos, partes do mistério vão sendo resolvidas. Porém não convence, pois o interesse de Leon é súbito, e devido ao ritmo do filme fica a impressão de algo forçado, mal construído. Outro ponto negativo é o uso indiscriminado de efeitos especiais, exageraram na dose.

Ao longo do filme você fica se perguntando “Esse trem nunca vai pra lugar nenhum?”, “como ele consegue esconder esses crimes?”. As respostas e o desfecho do filme são simplesmente sem noção, até parece que o roteirista perdeu o prazo limite de entrega do trabalho e fez tudo a esmo.

 

 

Um exemplo de que planos mirabolantes e fotografia bem cuidada não garantem um bom filme, e nem bons atores garantem apatia com o espectador. Claro, nem tudo é ruim, algumas cenas de carnificina são dignas de aplausos, como a que o assassino arranca dentes e unhas de uma vítima e a pendura como um pedaço de carne (não deixa de ser).

No geral, o filme é meia boca e confuso. Com o passar dos minutos, a coisa vai descambando para o trash. Ainda busco por filmes de terror decentes produzidos nos últimos anos.

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Jaime Guimarães
Jornalista, headbanger baterista e metido a roteirista. A rima só não é pior que o gosto por mindblowing movies.
Jaime Guimarães

Jaime Guimarães

Jornalista, headbanger baterista e metido a roteirista. A rima só não é pior que o gosto por mindblowing movies.

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