Na noite da última sexta-feira (31) o Festival Dosol Warmup trouxe a paulista Tiê. Pela segunda vez na cidade, a primeira foi na abertura da CIENTEC há dois anos, a cantora trouxe sua banda completa: Renato Galozzi (guitarra), Naná Rizzini (bateria), André Whoong (teclado e guitarra) e Gianni Dias (baixo). O show estava marcado para começar às 21h e atrasou inconveniente uma hora e meia. Portas abertas, galera lá dentro, começa o show. Opa, ainda não!
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Para abrir o show de Tiê, o músico André Whoong cantou algumas músicas de seu trabalho autoral (com disco previsto para ser lançado ainda este ano), produzido pela empresa da cantora, a Rosa Flamingo. E finalizando esse momento de “abertura”, Naná Rizzini, baterista e também cantora, mostrou suas composições, antes da atração principal da noite subir ao palco.
Aos 34 anos, a maturidade fez bem à artista, o que pode ser percebido em seu mais recente trabalho, “Esmeraldas” (Warner Music). Suas temáticas musicais giram em seu universo particular, vistas em “Máquina de Lavar”, quando ela narra a hipnose e repetições das atividades domésticas. A cidade mineira de Esmeraldas (que dá título ao álbum) também foi a fonte inspiração, a canção apresenta tons de “rock rural”. Os negócios da empresa e a maternidade (Tiê é mãe de Liz, 4 anos e Amora, 1 ano) ocuparam boa parte de seu tempo. Compor ficou difícil, tanto que o sucessor de “A Coruja e o Coração” só saiu quatro anos depois. Tive contato com o disco via Spotify e me encantei.
Com três discos lançados: o denso e intimista “Sweet Jardim” (2009), o ensolarado “A Coruja e o Coração” (2010) e o vívido e autobiográfico “Esmeraldas” (2014), o setlist da paulista mesclou músicas de todos, mas em sua essência o show teve o mais recente trabalho como carro-chefe. Solta no palco, com a simplicidade que lhe é peculiar, Tiê fez um show redondo ao lado de seus músicos, desceu do palco e dançou com o público e fez da noite de luz azul ainda mais interessante.
“Dois”, “Te Valorizo”, “Piscar o Olho”, “Chá Verde”,” Par de Asas”, “Isqueiro Azul”, “Mínimo Maravilhoso”, “Meia Hora”, “Esmeraldas” e “A Noite” foram os pontos altos do show. Despida de qualquer vaidade e pompa, Tiê se despediu de uma plateia satisfeita e foi atenciosamente atender aos fãs. Eu saí da Ribeira leve, contemplei a lua que estava especialmente azul na noite e fui pra outro rolé, mas isso já é uma outra história.
Uma míope quase sempre muito atrasada, cinéfila por opção, musicista fracassada e cronista das pequenas idiotices da vida. Pra sustentar suas divagações é jornalista, roteirista e fotógrafa.