Yujô Fest reúne cosplays, vlogueiros e cultura pop em Natal

Neste sábado (16) e domingo (17) aconteceu a quinta edição do Yujô Fest, no Praiamar Hotel. Fãs enlouquecidas por vlogueiros, Goku Natalense pedindo o Genki-Dama, cosplays e games foram algumas coisas que presenciamos. A paralisação dos rodoviários no sábado não intimidou a presença dos fãs (maioria composta por jovens) de desenhos japoneses (animes), mangás, jogos, quadrinhos, dublagem e cultura pop no geral. No dia seguinte, ainda vinha bastante gente.

O ambiente foi dividido em vários espaços bem definidos e sinalizados por todo o hotel. Na entrada havia uma sala para quem quisesse jogar cartas, tabuleiro e role-playing game (RPG). Podia escolher os conhecidos ou as novidades. Se não soubesse as regras, os instrutores estavam presentes para orientar. “Eu estou gostando, apesar de as explicações terem demorado um pouco”, comentou Athawilson Queiroz, que foi apreciar “The Manhattan Project” com os amigos.

Yujô Fest 5 aconteceu nos dias 16 e 17 de novembro em Natal (Foto: Geni Laís)
Fotos: Geni Laís

Aconteceram diversas disputas de jogos para console (antigos e novos) e computador, como Dota 2 (leia mais sobre o jogo no post que fala de e-sport), Pokémon, Hearthstone e Just Dance. Se curtisse um pouco de nostalgia, havia também duas máquinas de fliperama com os clássicos.

Na parte de novidades, uma equipe estava mostrando Oculus Rift, equipamento de realidade virtual em que o jogador usa os movimentos da cabeça para controlar o game.  “Essa tendência deverá crescer, pois faz com que tenha a sensação de imersão”, disse Dauran Lima, um dos responsáveis pelo espaço.

Queria entretenimento? Os visitantes podiam se divertir em gincanas estilo Passa ou Repassa, assistir animes, publicar seus trabalhos artísticos em um mural ou adquirir camisetas, braceletes, bottons e outros acessórios em estandes.

Muita gente foi lá para conhecer e fazer compras, como Altamara Anelly. “Comecei a ver anime no ano passado, mas na infância assistia muito Dragon Ball Z, Sakura Card Captors e Cavaleiros do Zodíaco”, disse a jovem. Ao ser questionada se fez muitas aquisições, ela mostrou diversos produtos colocados sobre a sua cadeira de rodas. “Nossa, foi muita coisa!”.

Um outro espaço que podia ser visitado é o K-Pop, destinado para aqueles que gostam do melhor pop coreano. Lá era possível ver clipes ou participar de brincadeiras. Também rolou um concurso de dança usando como base as canções deste gênero musical, que tem o aumento de simpatizantes, principalmente com o sucesso de boybands e cantores nas terras do Ocidente. As batalhas no palco aconteceram de forma individual e coletiva.

Cosplay de Gaara do Naruto
Cosplay de Gaara do Naruto

Foi neste local que também aconteceram as competições de “cosplay”, nome que vem de duas palavras inglesas, ‘costume’ (fantasia) e ‘play’ (interpretar). Portanto, quer dizer “atuar com a fantasia”. É o momento em que as pessoas vão ser, por um dia, o personagem que desejam. Assim como no Saga Entretenimento (evento similar que aconteceu em abril), os cosplayers podem escolher só andar assim ou irem ao campeonato.

Quem acompanhou o surgimento desse tipo de eventos percebe a evolução da qualidade dos figurinos e interpretações. Nem parece aquele período quando muitos chegavam a pintar os cabelos para ficar igual aos personagens no lugar de colocar uma peruca. Nós falamos com alguns participantes que gostam desta prática.

Matheus Delfino começou o hobby ainda este ano. Escolheu fazer Fye de Tsubasa Chronicle. “Estou muito nervoso, como é para fazer no palco?”, dizia repetidas vezes, pois era primeira vez que participava do Yujô e ia logo concorrer. Ao ser questinado o porquê dele ter se vestido assim, Matheus respondeu: “Eu escolhi por ele ser muito sorridente, sábio e inteligente”.

No Yujô V, a disputa foi dividida nas categorias desfile e tradicional (leia o post do Saga desse ano, pois explica bem direitinho as diferenças dos dois). Além disso, teve a edição do Yamato Cosplay World (YCW). Ambas as modalidades tinham um corpo de jurados que verificaram todos os detalhes dos participantes.

Kelly Batista faz cosplay há três anos
Kelly Batista faz cosplay há três anos

Os vencedores do YCW foram Gutemberg Monteiro e Sidney Eley, de João Pessoa. Eles vão viajar a São Paulo e disputar a nacional em dezembro. Tinha gente vestida de Mulher Gato, de Pedro, do Castelo Rá-Tim-Bum, Anna, a rainha de Frozen, e também havia pessoas homenageando Naruto, League of Legends (Lol), Cavaleiros do Zodíaco, etc. As categorias tradicional e desfile tiveram a mesma vencedora, Kelly Batista, que já fez em torno de 15 cosplays em três anos.

“Quando fui ao meu primeiro evento, eu tive vontade de fazer um”. Kelly contou que o primeiro que fez foi a versão feminina de Kakashi do Naruto. Este não foi o primeiro prêmio que ela ganhou, uma vez que já venceu o campeonato do Yujô IV e do Saga deste ano.

Porém, teve gente que aproveitou e veio fantasiado, como Felipe Renovato, que estava vestido de Kick-Ass e estava tirando fotos com os frequentadores. Ele disse que já usou esta fantasia em uma festa de Halloween. Ao ser questionado se faria um cosplay, Renovato nega e se declarou “tímido”, apesar de não aparentar. “Isto é caô”, respondiam os amigos dele.

Após a competição de cosplay, os produtores chamaram o Goku Natalense, rapaz que anda por Natal vestido de protagonista da série Dragon Ball. Ele pediu que fizessem o Genki-Dama, um dos poderes do personagem, que foi atendido pelo público. Foi saudado aos gritos, aplausos e um dos momentos mais engraçados do Yujô.

Dubladores conversaram com o público no Yujô V
Dubladores conversaram com o público no Yujô V

Ainda sobre o palco, o espaço foi destinado para receber os convidados, como os dubladores Jorge Vasconcellos e Guilherme Lopes. Vasconcellos é reconhecido pelo trabalho como Macaco Loco, vilão de ‘As Meninas Super Poderosas’.  Já o segundo citado é conhecido pelos  trabalhos em ‘Dragon Ball Z’. Eles interagiram com a plateia e falaram das dificuldades da profissão.

“Amei a recepção tanto dentro do evento quanto fora. Os natalenses são muito simpáticos”, disse rapidamente Jorge Vasconcellos para o blog.

O  evento também contou com a presença dos vlogueiros do Xafurdaria (composto por Kaio Oliveira, Enderson Brito, Leonam Pinheiro, Ravy Medeiros, Saulo Feitas e Moacir Neto), cujo nome vem da expressão nordestina “Chafurdo”, que significa bagunçar. São conhecidos por satirizar vários assuntos do cotidiano.  As meninas enlouqueceram e gritaram bastante. Podemos até ousar que eles roubaram a atenção dos cosplayers. O assédio era tão grande, que os produtores tiveram que mudar o local onde eles puderam encontrar as fãs para uma foto ou autógrafo.

No primeiro dia, eles participaram de um encontro com os potiguares do Tchabalaba, criado por Cheda, e que tem uma abordagem similar aos cearenses. Após o encontro com o Xafurdaria, Cheda deu uma rápida entrevista e disse que sempre gostou de fazer as pessoas rirem e “gosta de se amostrar (exibir)”.  O potiguar conta que já está começando a ser reconhecido. “Achei que fosse uma brincadeira quando pediram uma foto no shopping”, conta.

Para o natalense, suas inspirações são os rapazes do Xafurdaria e outros vlogueiros famosos, como o Felipe Neto, criador do canal Não Faz Sentido e Parafernalha.

Pessoal do Xafurdaria chamou muita atenção no evento
Criadores do Xafurdaria e Tchabalaba participaram de um encontro

Saindo do palco, vamos ao subsolo do Centro de Convenções do Praiamar. Tinha o ‘Animekê’, uma espécie de karaokê em que se cantavam canções dos desenhos de animação japonesa. Próximo ainda havia o Maid Café, onde as pessoas poderiam comer guloseimas, participar de brincadeiras, serem recepcionadas por garçonetes usando cosplay e serem tratadas muito bem. “A gente tem que fazer as pessoas ficarem bem”, justifica Ananda Ilana, uma das meninas que receberam os visitantes.

Uma das partes que mais empolgam neste tipo de lugar são as bandas, porque é nesta hora que as pessoas podem curtir e ouvir ao vivo aquelas canções que marcaram a infância ou adolescência. É nesta parte que você será praticamente obrigado a escutar “Pegasus Fantasy” (“Faça a elevar, o cosmo do seu coração/Todo mal combater…”).

Bandas do Rio Grande do Norte e Ceará se apresentaram, uma delas foi o Kujihan, criada em 2010, em Natal. Tocou muitas canções relacionadas a Cavaleiros do Zodíaco, Samurai X e Dragon Ball Z. “Eu sou viciado em palco, gosto de ouvir as pessoas cantarem as músicas que gosto. Vou pela diversão”, disse Thiago Abreu, baixista da banda.

A quinta edição do Yujô foi finalizada com a presença de uma orquestra. Foram tocadas canções de animes e artistas orientais interpretadas por artistas da música erudita. O Yujô existe desde 2009, a primeira sede foi na Escola Estadual Walfredo Gurgel, no bairro de Candelária. Eles já realizaram edições destinadas aos fãs de jogos (Yujô Gamer) e organizam o campeonato de cosplay da Feira de Livros e Quadrinhos (FliQ), que acontece em outubro.

Confira a galeria completa de fotos:

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Lara Paiva
Natalense, jornalista, gosta de música, livros e boas histórias desde que se entende por gente. Também tem uma quedinha pela fotografia.
Lara Paiva

Lara Paiva

Natalense, jornalista, gosta de música, livros e boas histórias desde que se entende por gente. Também tem uma quedinha pela fotografia.

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9 anos atrás

[…] a mesma intenção dos eventos do Saga e Yujô Fest, sendo que em proporções um pouco menores. “Quem não pudesse no primeiro dia, poderia […]

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