Um mergulho no jazz com Whiplash

[dropcap size=small]A[/dropcap]mantes perdidos do jazz, uni-vos! Whiplash, ou no título brasileiro “Whiplash: Em busca da perfeição”, é o seu filme. E que rufem os tambores!

A história do longa-metragem é quase batida: Andrew, um calouro da escola de música Shaffer, consegue entrar na banda mais almejada do seu conservatório, a Studio Band, após conhecer casualmente o seu maestro, sr. Fletcher. O que ele não sabe é que a Studio Band é praticamente um campo de concentração e que o sr. Fletcher comanda seus pupilos com mão de ferro.

No decorrer do filme, veremos Andrew suar sangue para agradar seu mentor e a si mesmo. Ele não quer apenas ser um baterista profissional, ele quer ser o maior do mundo, um imortal da música. E para isso ele pretende sacrificar tudo e todos na sua vida, inclusive a si mesmo.

A direção e roteiro do filme é de Damien Chazelle, que não possui nenhum trabalho anterior notório. Seu único outro filme com larga distribuição foi O último exorcismo 2 – Parte 2, que não chega aos pés da sua obra-prima. É de surpreender que de cara ele esteja concorrendo ao Oscar de melhor filme, melhor ator coadjuvante, melhor roteiro adaptado, melhor edição e melhor mixagem de som. Esse último a gente esperava. Inclusive, o filme ainda deveria concorrer a trilha sonora, mas provavelmente não foi considerado pela música ser mais parte da história do que um pano de fundo, o que acontece normalmente.

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Um ponto curioso é que originalmente Damien não conseguiu arrecadar dinheiro suficiente para fazer o longa. Então, ele produziu um curta que foi enviado ao festival de Sundance. Após a sensação despertada do Whiplash original, não foi difícil arrumar produtores interessados em bancar sua história.

Whiplash é um filme enxuto e fechado. Sua história é contada de forma concisa, com uma curva dramática que te deixa mais e mais tenso, uma pequena pausa para respirar e um final explosivo. A atuação de Miles Teller com J.K. Simmons é de uma sinergia incrível, tão forte e palpável que quase parece um trabalho de teatro. Difícil é entender como Miles não está concorrendo a melhor ator, enquanto Bradley Cooper, que mais parece um cone em Sniper Americano, está. Mistérios da Academia.

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Enquanto isso, J. K. Simmons concorre a melhor ator coajuvante e eu torço para que ele consiga, após a construção desse personagem poderoso. Assista a Whiplash – Em busca da perfeição e se prepare para se tornar um novo fã de jazz.

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Mozart Maia
Eterno aprendiz de jornalismo, cozinheiro amador e gamer nas horas vagas. Reencarnação de HP Lovecraft e um androide com apenas 512KB de memória.
Mozart Maia

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