Opinião Formada: Across the Universe, uma era em canções

Eu odeio musicais. Mas sou um grande fã dos Beatles. Resolvo rever “Across the Universe” pra mais uma vez falar mal de um musical. Fazia algum tempo que tinha visto o filme, por isso decidi rever. Grande erro!

Fantástico.

Sem grandes estrelas, com algumas participações especiais. Um filme tão comum, mas tão comum, que tinha tudo pra ser um fiasco. É preciso lembrar, no entanto, que a trilha sonora não é uma trilha comum. São os Beatles!

Julie Taymor (Frida, 2002) pegou as canções da banda inglesa com uma astúcia e inteligência que merecem todo o meu respeito. Creio que o musical de Taymor é o único do qual eu falarei bem ad eternum. Ora, ela conseguiu encontrar momentos dos anos 60 – quando os Beatles deram as caras ao mundo – e ambientá-los usando músicas do quarteto de Liverpool. Apesar de boa parte do filme se passar em Nova York, merece menção as cenas que retratam Liverpool, cidade natal de Jude (Jim Sturgess).

A história se desenrola com algumas cenas “bizarras”, repletas da psicodelia particular do quarteto britânico. A maior parte dos grandes clássicos está presente, fazendo falta fica “Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band“, que foi excluída na versão final do roteiro.

Taymor ainda arrumou dois personagens pra homenagear, além dos Beatles, os músicos Jimi Hendrix, com o guitarrista Jo Jo (Martin Luther McCoy), e Janis Joplin, com a cantora Sadie (Dana Fuchs). Me perdoem, mas não percebi a Selma Hayek, o Bono e o Joe Cocker, há quem diga que eles aparecem no filme. Há uma referência ao Apple Rooftop Concert, performance dos Beatles no teto da gravadora Apple, em Londres.

Abro um parêntese para falar de uma cena no filme que é tocante, no meio de uma manifestação um garoto canta “Let it Be” enquanto se esconde perto de um carro destruído, não tenho certeza que momento da história foi, mas sem dúvidas é uma das melhores cenas do filme.

É um grande filme, apesar de ser um musical (é, eu realmente não gosto de musicais). O melhor de tudo: é um filme pra qualquer ocasião. Até pra uma tarde tediosa no meio da semana quando não tem aula da faculdade, num quarto quente e abafado com sua mãe perguntando se você usou drogas, tamanha a empolgação que o filme transmite.

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Fahad Aljarboua
Bacharel em Direito. Abecedista. Nas horas vagas escritor, divagador e mentiroso, tudo isso com uma boa dose de cinema e rock n’ roll – álcool só aos fins de semana. Assina a coluna “Opinião Formada”.
Fahad Aljarboua

Fahad Aljarboua

Bacharel em Direito. Abecedista. Nas horas vagas escritor, divagador e mentiroso, tudo isso com uma boa dose de cinema e rock n' roll - álcool só aos fins de semana. Assina a coluna "Opinião Formada".

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