Opinião Formada: Unforgiven, de Clint Eastwood

Como eu combinei com a anfitriã do blog, Andressa, as minhas postagens trarão uma visão pessoal sobre filmes que eu vi – ou revi – entre novos, velhos e usados. Me perdoem se faltar técnica ou empirismo cinematográfico, o meu gosto pelo cinema é parecido com meu gosto por música, basta agradar meus ouvidos – no caso dos filmes, meus olhos – e eu rasgarei elogios, se eu não gostar “é lixo”, de forma bem pessoal e sem querer parecer verdade suprema. Agora, ao que interessa (ah, e perdoem-me com os spoilers, mas não deixem de assistir).

***

Pra abrir eu não poderia escolher um filme que não estivesse na minha lista de favoritos, quiçá no topo da lista.

“- You just shot an unnarmed man!

– Well, he should’ve armed himself. If he’s gonna decorate his saloon with my friend.”

Talvez essa seja uma das cenas mais fantásticas* do cinema em minha opinião. Durante o filme inteiro é essa a cena que esperamos, queremos ver o matador por trás do velho carcomido Willy Munny.

Clint Eastwood fez por merecer as duas estatuetas que ganhou (melhor filme e melhor diretor, numa das raras vezes que concordo com a Academia), não bastasse todo aquele ambiente típico de um western dos bons com tiros, mortes, cavalos, perseguições, emboscadas e várias outras coisas, Clint desperta em quem está assistindo um desejo por mais, pelos menos foi assim comigo.

Não esperava um final feliz, eu queria era ver o “Willy-Munny-matador-de-mulheres-e-crianças”. Uma ansiedade incontrolável que foi somente sanada com a épica cena do saloon que não deixa em nada a desejar para Once Upon a Time in the West, de Sergio Leone, ou Gunfight at the O.K. Corral, de John Sturges, outros dois clássicos filmados cerca de trinta anos antes, num mundo “muito mais” western.

Enfim, Unforgiven é um filme fantástico, numa época em que já não se faziam bons westerns – aliás, acho que quase já não se fazem westerns de 1990 pra cá ou pelo menos não com a frequência com que se fazia há 40 anos.

Depois de tantos elogios seria redundante indicar o filme, assim sendo recomendo que comprem pipoca e Guaraná.

Abraço. Bom filme.

*Ao lado da chegada de Gandalf em Helm’s Deep, em The Lord of the Rings: The Two Towers ; do batismo/morte dos chefes da máfia, em The Godfather; e da definição de deus dada por Mac a Lincoln, em The Island.

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Fahad Aljarboua
Bacharel em Direito. Abecedista. Nas horas vagas escritor, divagador e mentiroso, tudo isso com uma boa dose de cinema e rock n’ roll – álcool só aos fins de semana. Assina a coluna “Opinião Formada”.
Fahad Aljarboua

Fahad Aljarboua

Bacharel em Direito. Abecedista. Nas horas vagas escritor, divagador e mentiroso, tudo isso com uma boa dose de cinema e rock n' roll - álcool só aos fins de semana. Assina a coluna "Opinião Formada".

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