O filme foi lançado em 1982 e seu diretor foi Alan Parker. Eu fiquei buscando uma maneira de começar a falar sobre Pink Floyd – The Wall, mas a primeira palavra que vem à cabeça é a mesma presente em todos os discos da banda: Experimentalismo. Misturando animação, história, musical, drama, ação, uma pitada de cine trash e erotismo, conta a história de Pink (Bob Geldof), um astro de rock que só é capaz de se apresentar no palco com a ajuda de drogas – ilegais, diga-se de passagem.
O filme escapa ao convencional por mostrar o passado, presente e futuro de Pink, mas mais do que isso, consegue entrelaçar esses tempos com maestria, nos fazendo compreender problemas na vida do astro de rock que se originaram na criança que ele foi, na ideologia que deram a ele na escola, na morte do pai e abandono da mãe, nos dogmas que a sociedade o impôs, sem dar a ele uma chance de perguntar se era isso mesmo o que queria para sua vida.
Contrastando momentos de loucura vagarosa do personagem com as melancólicas canções dos vocalistas Roger Waters e David Gilmour, há cenas do longa em que, traduzindo sensações únicas e mudas de um homem em imagens e sons, somos jogados para a intimidade de uma mente perturbada, cansada, que está anuviando e desistindo, por ser mais fácil estar confortável e parar de sentir dor. As animações estão ali para mostrar que aquela é a maneira que Pink vê a sociedade e as coisas ao seu redor e, a despeito de serem meros pensamentos, não significa que são irreais.
Cartaz do filme |
Pink Floyd – The Wall, é um filme intimista, sem nomes, sonoro, artístico, com efeitos especiais precários (que podem ser propositais). Um filme que quebra paradigmas dentro de cada um de nós, abre nossos olhos e nos faz questionar sobre o nosso papel na sociedade, para o que e quem estamos servindo, e se nos contentamos em ser apenas mais um tijolo no muro. Vale a pena vê-lo e está bem fácil, é só apertar o play.
Estudante de Enfermagem que se mete em letras, músicas e desenhos. Segue a filosofia de que a vida é muito curta para gastá-la com preocupações. Dificilmente algo conseguirá surpreendê-la. Lê tudo, assiste tudo, vê o lado bom de tudo. É editora deste site.
Não sabia da existência desse blog. Achei interessante o conteúdo e as matérias bem escritas e de linguagem simples. Parabéns!
Obrigado, Ellen, esperamos que continue nos acompanhado!